domingo, janeiro 28, 2007

Babel

No domingo passado fui ver o filme de Iñarrito, Babel!
A expectativa era enorme!
Um bom filme, mas cujo argumento não me prendeu (não vi ainda 21 Gramas nem Amor Cão, do mesmo realizador, o que poderá condicionar a percepção, não sei). A unidade, ou unficação, das várias histórias parece é um pouco forçada.
A realização é brilhante e a música sublime!

segunda-feira, janeiro 22, 2007

H5N1 vs Bacalhau à Zé do Pipo

"Os portugueses são imunes à gripe das aves: 1-0 para a natureza. Dá a capacidade de resistir a gripe das aves a um animal que nunca há-de ver uma durante a vida toda."
Botadeplastico dixit (o meu irmão)

Formidável!
Sabemos todos que o Brás, o lagareiro, o Zé do Pipo, entre outros estão safos da pandemia geral que vai aniquilar uma montanha de gente, como a "gripe espanhola" no início do século XX.

Coitado do Bulhão Pato, dedicou-se às ameijoas e olha, é só intoxicações alimentares! Da pandamia não se safa!

Espero que a quantidade de bacalhau ingerida pelos natais ao longo dos tempos constitua a inoculação do anticorpo à febre das galinhas!

Com o habitual comportamento português, o bacalhau irá aumentar o preço para o dobro: aumento da procura com a célebre corrida ao açambarcamento e nos mares do norte os pobres peixes (são peixes e não espécies de guitarras secas) a tentarem fugir às redes.
Mais, na tentativa de vender gato por lebre, não duvidarei que se venderá pescada seca e salgadita. Um mimo!

sexta-feira, janeiro 19, 2007

assembleia@republica.no.vinho.pt

O ano começa bem em São Bento! Os deputados da nação dedicaram a primeira actividade do ano para falar de vinho! (Resolução da Assembleia da República n.º 1/2007 - Assinala os 250 anos da Região Demarcada do Douro e recomenda ao Governo medidas dirigidas ao desenvolvimento económico e social daquela Região; in Diário da República, 19/01/2006).
É bom saber que quem nos dirige tem uma preocupação sobre a indústria vitivinícola!

Será que a degustação os impede de votar coisas importantes?

quinta-feira, janeiro 18, 2007

As Tartarugas também voam

Após a indefinição no momento da compra na bilheteira do King, das três opções disponíveis no passado sábado perto da meia-noite, quase do género um-dó-li-tá, escolhemos o filme do cartaz do meio: "As tartarugas também voam", produção irano-iraquiana de 2004 realizada por Bahman Ghobadi.

O percurso de vida de um grupo de miúdos que vivem num campo de refugiados na fronteira curda do Iraque com a Turquia que se dedica à "apanha" de minas, entrecruza-se com o eclodir da invasão americana do Iraque. Paixões, sonhos, camaradagem, premonições, rejeições de crias, poder, guerra!

Imperdível!

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Os grandes portugueses...

Estranho que no programa da RTP, nos melhores portugueses não apareça o Francis Obikwelu, um dos portugueses com melhores resultados desportivos (Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo e da Europa...).

Não surgirem nomes como Camilo Castelo Branco - escritor, Alexandre Herculano - Historiador, António José da Silva (o Judeu) - Dramaturgo, Amadeu Souza-Cardoso - Pintor, Jorge de Sena - Ensaísta, António José Saraiva - Ensaísta, Mário Cesariny - escritor, Inocêncio Francisco da Silva - autor de um dicionário bibliográfico português vastíssimo, entre outros revela a medíocridade do evento levado a cabo pela televisão pública.
Um programa que a única utilidade será a de divulgar o percurso de dez individualidades. Porque não investir em reportagens e documentários sobre essas e outras personalidades portuguesas, e ter a coragem de as colocar após os noticiários e antes da sessão contínua de novelas!

sábado, janeiro 13, 2007

LX, trânsito e transportes

Lisboa é o caos.
Segundo consta pelo burgo, é a cidade portuguesa com a melhor rede de transportes. Coitadas das restantes!
É inconcebível que uma cidade como Lisboa não tenha uma rede estrutura e articulada de transportes públicos e se continue a investir em novos acessos, bem como ampliações, à cidade fomentando a utilização do transporte individual.
Será que uma rede de eléctricos (no centro da Europa os Tramway) não terá todo o sentido? Menos poluente, previsibilidade dos tempos de percurso havendo arruamentos exclusivos e penalizações sérias a quem impedir o normal funcionamento (inibição de condução, arresto de viaturas a quem estacionar de modo a impedir que os eléctricos passem)!
Será que os senhores da rede do Metro quando pensaram no Túnel pelo Terreiro do Paço, a passar em terras lamacentas e pouco propícias à construção, só pensaram no desafio que isso representa em termos de engenharia civil, com o dinheiro dos contribuintes?
Como é possível que não exista um transbordo eficaz do Cais do Sodré até ao Oriente passando pela estação Sul e Sueste (Barcos do Seixal, Barreiro e Montijo), Santa Apolónia e Braço de Prata? Por exemplo, um eléctrico "expresso" que fizesse este percurso com as paragens referidas!
E porque é que um titular do passa "L" (que dá para os transportes em Lisboa - Carris e Metro), não permite andar de combóio (por exemplo do Cais do Socré até Alcântara)?
E se fossem aproveitadas as vias rápidas que pululam pela cidade (2ª Circular, Eixo Norte Sul, Av. Lusíada...) para carreiras rápidas de autocarros, interligando os grandes interfaces (exemplos: Odivelas/Sr. Roubado - Lumiar - Sete Rios - Alcântara; Colégio Militar - Hospital de Santa Maria - Alameda das Universidades - Campo Grande)?!
Pergunto, haverá um pacto de não concorrência entre as empresas concessionárias de serviços públicos de transporte?
Qual o papel da autarquia na definição de transportes?
Apesar de todos os algoritmos, o bom senso humano não deverá prevalecer?

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Abortar não é crime!

A 22 de Novembro de 2006, em "Do referendo..." disse que era, e sou, contra a utilização abusiva da figura do referendo para uma decisão política como a de criminalizar/descriminalizar determinada conduta social.

Apesar de ser contra o referendo, não me escudarei do dever de manifestar em escrutínio a minha opinião, a de ser favorável à descriminalização do aborto.

Sou contra a criminalização, sou contra todo o procedimento penal (notícia, inquérito,julgamento,sentença,prisão) das mulheres que, num constrangimento psicológico, físico, cultural, social e económico, recorrem a uma das mais difíceis decisões que podem tomar na sua vida, a de ter um filho (que para todos os efeitos anda não passa de um projecto de filho).

Disse, em comentário no LAGOSTIM, que "o aborto caberá à mulher, enquanto detentora do útero, a última decisão." E que "Nem lei, nem tribunais, nem médicos, nem familiares deverão impedir a decisão: apenas podem, e devem, ajudar a que os efeitos negativos sejam minimizados."

As marcas permanecerão em quem recorreu, recorre e recorrerá ao aborto.
Já é pena bastante o sofrimento diário com os efeitos daquela decisão.

Não é justo, e é de justiça que se trata, deixar tudo como está (Votar Não). Não é justo para a mulher que abortou ser considerada uma criminosa! O ponto que está em questão não é o aborto em si, mas a penalização ou não deste. Quantas pessoas são contra o aborto e votam pela despenalização por não entenderem que este não deve ser crime. Que não é crime!

Pelo FIM da penalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (do aborto, do desmancho, etc), Voto SIM.

A 11 de Fevereiro voto SIM.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Pós-natal e pós-Saddam

Após a deambulação natalícia, longe ou com dificuldade de acesso com calma para escrevinhar neste espaço, eis de regresso a chatarrice.
O final do ano fica indelevelmente marcado pela execução do senhor das barbas brancas, não o São Nicolau, mas o Saddam Hussein.
Várias questões se levantam em torno da execução desta figura do século XX:
1 - Apoio ocidental ao armamento e desenvolvimento económico
2 - Ditadura, que põe em causa o apoio ocidental, sem o por efectivamente, uma vez que foi extremamente útil numa guerra contra o Irão;
3 - Invasão do Koweit e Tempestade do Deserto;
4 - Chacinas e mortandades: xiitas, sunitas, curdos, opositores ao regime;
5 - Ingerência americana na governação interna de um país;
6 - Julgamento sem garantias processuais e de isenção;
7 - Pena de morte, mesmo em caso de genocídio ou outro atentado contra a humanidade.
Sou contra qualquer pena de morte, pelo que não concordo com a execução do senhor das barbas brancas.
Se ainda fosse o que se veste de lata de coca-cola, ainda podeira ponderar, mas assim! Não!
Pergunta: para que serve o Tribunal Penal Internacional? Não é para garantir a aplicação da justiça de forma "independente" em casos de guerra, genocídio etc, e tal?