quarta-feira, janeiro 10, 2007

Abortar não é crime!

A 22 de Novembro de 2006, em "Do referendo..." disse que era, e sou, contra a utilização abusiva da figura do referendo para uma decisão política como a de criminalizar/descriminalizar determinada conduta social.

Apesar de ser contra o referendo, não me escudarei do dever de manifestar em escrutínio a minha opinião, a de ser favorável à descriminalização do aborto.

Sou contra a criminalização, sou contra todo o procedimento penal (notícia, inquérito,julgamento,sentença,prisão) das mulheres que, num constrangimento psicológico, físico, cultural, social e económico, recorrem a uma das mais difíceis decisões que podem tomar na sua vida, a de ter um filho (que para todos os efeitos anda não passa de um projecto de filho).

Disse, em comentário no LAGOSTIM, que "o aborto caberá à mulher, enquanto detentora do útero, a última decisão." E que "Nem lei, nem tribunais, nem médicos, nem familiares deverão impedir a decisão: apenas podem, e devem, ajudar a que os efeitos negativos sejam minimizados."

As marcas permanecerão em quem recorreu, recorre e recorrerá ao aborto.
Já é pena bastante o sofrimento diário com os efeitos daquela decisão.

Não é justo, e é de justiça que se trata, deixar tudo como está (Votar Não). Não é justo para a mulher que abortou ser considerada uma criminosa! O ponto que está em questão não é o aborto em si, mas a penalização ou não deste. Quantas pessoas são contra o aborto e votam pela despenalização por não entenderem que este não deve ser crime. Que não é crime!

Pelo FIM da penalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (do aborto, do desmancho, etc), Voto SIM.

A 11 de Fevereiro voto SIM.

4 Comments:

At 10:51 da tarde, Blogger João Dias said...

Diga-se que a penalização do aborto é sempre um erro, porque não se evita o aborto, simplesmente subjuga-se quem o faz. Ou acordamos para a realidade ou então passamos água benta por cima...

 
At 10:59 da tarde, Anonymous Anónimo said...

e em relação ao aborto musical. O embrião musical pode ser considerado música a partir de quantos compassos? E os contraceptivos e as doenças musicalmente transmissiveis?

 
At 9:46 da manhã, Blogger Undisclosed Recipient said...

A frase "No uterus no opinion" não se aplica a ti.
E não adoras como o Rato Singer fez o paralelo entre o aborto e o terrorismo? Fofo...!

 
At 7:25 da tarde, Blogger botadeelastico said...

De um menino que da Juventude Hitleriana passou a Senhor da Moral só poderia sair uma alarvidade como essa: terrorismo e aborto. Até já vejo dois desenhos em paralelo no jornal com o título "Descubra as Oito Diferenças".
Em relação ao aborto (caso geral), o cerne está mesmo na questão crime-ilegalidade-exploração-estgmatização.
Para quem defende a não descriminalização, a água-benta deverá resolver o problema do aborto clandestino e do terrorismo, visto serem uma e a mesma coisa!
Quanto ao caso particular do aborto musical, pois é assunto sobre o qual nunca me debrucei, mas lido o respectivo post em anacruses.blogspot.com, sou um criminoso dadas as inúmeras interrupções de ideias que deixei ir pelo esgoto.

 

Enviar um comentário

<< Home