quarta-feira, novembro 22, 2006

Mão à palmatória

Muito me custa dizer algo positivo em relação a uma figura que não gosto, poderei dizer até que abomino: Pedro Santana Lopes.
Sobre a pessoa nada vou dizer, pois aborrece-me só de pensar no que teria de escrever.
No entanto, louvo a atitude de ter apresentado "umas contas" ao país. num livro que decerto fará concorrência nas lojas FNAC com o disco novo a sair em Dezembro do mítico Toni Carreira. Quem sabe se não será uma promoção de Natal.
O teor do livro, desconheço, não sei se algum dia o lerei [sim porque não o vou comprar, nem vou a correr à biblioteca para o ler] mas representa algo que caiu em desuso na panorâmica literária portuguesa, a autobiografia. Penso que será um contributo para a compreensão do conturbado e "longo" período de alguns meses de governação do senhor Lopes.
Obviamente que é uma visão enviesada, que espero que seja equilibrada, mais tarde, pelos (in)fiés da balança (os senhores Sampaio, Cavaco e Barroso).

Do referendo...

Já repeti em diversas ocasiões a minha opinião acerca da figura do referendo.
Enquanto instrumento de democracia directa obviamente que é de salutar e primordial importância: determinada opção política ser sufragada "directa e universalmente" pelos cidadãos e, da opinião destes, estatuir e prosseguir com a decisão e arcar com as devidas consequências e responsabilidades.
Ora, a realidade política portuguesa assenta no parlamentarismo representativo, ou seja, periodicamente são sufragados os representantes dos portugueses para representarem os seus legítimos interesses no órgão de soberania Assembleia da República,
Assim, a figura do referendo, a meu ver, só tem sentido de utilização quando se trate de temáticas fracturantes, como a organização político-social.
Seria lógico sufragar em sede de referendo a adesão às então comunidades europeias, à União Económica e Monetária, à Constituição Europeia...
Agora referendar posições ético-morais sobre o aborto? Referendar um princípio consagrado na Constituição, a Regionalização? Isto representa falta de coragem política e desresponsabilização dos políticos eleitos democraticamente (assim se diz) pelo povo.
Assim, a utilização do referendo em Portugal não é mais do que uma fantochada com os inerentes encargos financeiros para os cidadãos que elegeram um bando de deputados, com maioria absiluta, para governarem o país em determinado sentido.
Em relação à actualidade "referendária" nacional, poderá ser questionado, em sede da teoria do crime, se a sociedade portuguesa entende como condenável a conduta da interrupção voluntária da gravidez?! E se sim, se a natureza do acto ilícito deverá ser punida do ponto de vista criminal ou contra-ordenacional? Mas, por exemplo, houve referendo para a despenalização do consumo de estupefacientes? Há quem concorde, há quem discorde, mas a decisão não foi tomada?
Realidades distintas, sim senhor, mas o princípio é o mesmo: a decisão de des/criminalização de determinada conduta é, e deverá ser sempre feita, num Estado de Direito Democrático, pelos órgãos representativos eleitos pelos cidadãos.

Desabafo de quarta-feira

Isto de ser trabalhador-estudante, gostar de fazer mil e uma coisas e ainda ter um blog para alimentar, não é fácil. Mas é para se ir fazendo.
Já agora, na minha actividade lúdica, no domingo passado passei a tarde numa associação de teatro-circo que funciona em Carnide, A Tenda, a divertir-me com alguns elementos do imaginário circense. Todas os terceiros domingos de cada mês são ponto de encontro no Largo da Luz para momentos de alegria, divertimento e brincadeira.
Quem quiser apareça, que será sempre bem vindo!

quinta-feira, novembro 16, 2006

Wojtyla 1 - Ratzinger 1

Anedota:
"As SS chegam a uma pequena povoação polaca e fazem refém a população.
Um jovem polaco consegue iludir os nazis e acaba por se evadir sendo de imediato seguido por um SS.
A certa altura o SS leva a arma à cara e prepara-se para abater o jovem polaco.
De repente ouve-se a voz de Deus vinda do céu:
- Pára desgraçado, não dispares. Esse polaco um dia será Papa.
Perplexo o alemão responde:
- Sim Senhor. E eu??
Responde Deus:
- Serás a seguir."

terça-feira, novembro 14, 2006

insónias

Descobri que o melhor amigo de quem tem um blog para escrevinhar é a insónia.
Não se consegue dormir. Ler torna-se difícil que os olhos pisca e tri-piscam e ardem.
Ver televisão - a programação, mesmo com cabo, é uma alarvidade de sensaborias.
Ver um filme, o som tem de estar baixinho por causa do vizinho.
Ouvir música, idem.
Não tenho grande paciência para jogos de computador, pelo que me resta gritar aqui:
NÃO TENHO SONO!

segunda-feira, novembro 13, 2006

Quem é quem

Jonhatan Togo - Actor da série CSI Miami







José Socrates Carvalho Pinto de Sousa - Político português, conhecido pelo "diabo que o carregue" a propósito das opções que tem tomado.








Podem não ser iguaizinhos, mas que são parecidos "à brava", ninguém me tira isso da cabeça.
Acho que das três séries CSI, a de Miami é a piorzita! Porqu será?

domingo, novembro 12, 2006

bom fim de semana

Sexta feira, fim do dia, ida à Cornucópia assistir ao último espectáculo da companhia - Filoctetes, de Sófocles, numa recriação poética de Frederico Lourenço encenado por Luís Miguel Cintra - www.teatro-cornucopia.pt.
Sábado, final de tarde, ida ao Convento das Mónicas na Graça, ver um dos espectáculos sobre textos de António Tarantino - Paixão Segundo João, numa encenação de Jorge Silva Melo - www.artistasunidos.pt.
Domingo, ida a uma esplanada para por leituras em dia, acabou por ser para por conversa em dia num encontro ocasional com amigos de longa data.
Ponto em comum, a solidão. A solidão inerente ao acto de leitura - desígnios dos multimedia que fizeram abandonar a leitura familiar num serão agradável -, e a solidão presente nas duas histórias que me foram contadas pelos actores de ambas as companhias.
Filoctetes, abandonado por Ulisses e por Agamémnon e Menelau numa ilha, na longa jornada para Tróia, numa ilha, doente (mordido por uma serpente), sente a esperança do "resgate" com a vinda de Neoptólemo, filho de Aquiles.
Um louco e João, seu enfermeiro no manicómio, sós no seu quotidiano - "eu sou ele", ou "os pneus radiais para a minha passat".
Bom fim de semana é fazer aquilo que mais gostamos. Para mim, é ir ao teatro sempre que posso.

terça-feira, novembro 07, 2006

Gato por lebre!

Pois é!
O tão aguardado regresso dos humoristas Gato Fedorento, a meu ver, está a ser um fracasso.
Esta ideia de por "uma espécie de magazine" que vai "dizer as verdades" à maneira do Gil Vicente", com os quatro estarolas a comentarem o que fizeram está a ser um pouco deprimente.
É como o Sérgio Godinho a comentar bola...
O último programa (o segundo) teve como melhor humorista, veja-se, o Júlio Isidro.
A entrevista com o sr. da Madeira e a cantarolice do Silence 1 com a Mónica das queijadas tiveram graça, sim tiveram. O sketch do aborto dos Pŕos e Contras teve piada. Mas coisas hilariantes como fizeram... Cadê, ué?
Como diria uma personagem cujo autor tratou de estragar (Herman José), "o artista é um bom artista", mas um espectáculo de variedades apresentado pelos quatro da vida airada...
Já tinhamos o Herman José decadente, e agora os seus discípulos parecem estar a seguir-lhe as pisadas. Espero que não sigam a máxima "o objectivo de um discípulo é ultrapassar o mestre", ou qualquer dia vamos ver a carapinha do Ricardo Araújo Pereira pintada de "bordeaux", o José Diogo Quintela vestido como uma camisa colorida (roxo, amarelo, rosa, verde, amarelo-torrado, laranja, rosa-choque), o Tiago Dores a imitar karatecas a cantar em russo e o Miguel Góis a entrevistar as figuras da elite portuguesa (Música: Marante, Nel Monteiro; política: Manuel Monteiro, Pina Moura, Odete Santos, o bolo-rei do Cavaco....).