quinta-feira, julho 12, 2007

Aromas...

Verão!
Hora de almoço em Lisboa. Apanho o Metro até à Baixa e eis que uma profusão de aromas pululam na carruagem: hálito a néctar dos deuses ingerido, perfumes dos mais diversos misturados com suores multiculturais...
Senti falta do aroma da roupa retirada do armário após três anos infiltrada com naftalina...

11 Comments:

At 2:10 da manhã, Blogger João Dias said...

Queria publicamente insurgir-me contra o tom burguês deste post, que minimiza a maravilhosa experiência da viagem em transporte público.
Maus vicios adquiriu o autor para se referir a tal experiência neste tom, o autor deste post parece indicar hábitos identificáveis com a patologia do "novo riquismo".

:-)

 
At 2:29 da tarde, Anonymous Anónimo said...

João, dizes isso porque onde vives podes ir a pé para todo o lado e não tens metro :-P

 
At 3:41 da tarde, Blogger João Dias said...

Xiiii...olha o comentário provincianista básico.

 
At 7:13 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Típico de gajo do campo, quando se diz a verdade chama logo os outros de provincianistas. Humpf.

 
At 11:35 da tarde, Blogger João Dias said...

E insiste...o "xouriço".

 
At 6:00 da tarde, Blogger botadeelastico said...

Alegra-me que as questões de "classe" não se esgotaram na quebra de fulgor do movimento socialista.
Obviamente que existe populismo e achincalha em comentários do tipo - o gajo não anda de transportes porque é burguês!
Mas a questão não é na utilização dos transportes considerada como plebeia pelo João Dias!
Interessante no discurso de quem se arroga de chamar burguês aos outros, acusando de "novo riquismo", que considera a viagem em transporte público uma "experiência"!
Obviamente que "experiência" é algo que não é quotidiano.
Só um burguês, novo-rico, liberal e neo-capitalista que não utiliza quotidianamente os transportes públicos poderá "experienciar" um instrumento essencial na vida do proletariado urbano.

Mas o mais importante no post é a falta de hábitos de higiene das pessoas...

 
At 9:27 da tarde, Blogger João Dias said...

Eu estava convencido que estava a falar com o botadeelastico que estava com preguiça de fazer o "login". Daí estava a encarar isto num tom de brincadeira que agora não estou certo que assim estava a ser encarado.

Mas depois da resposta indentificada e erudita do mesmo, acho que posso responder mais a sério.
Convém antes demais salientar o tom irónico do meu comentário.
Por outro lado, a refutação do factor experiência contido na viagem em transporte público está negada de forma translúcida no próprio post do autor (repare-se nas seguintes palavras:"perfumes dos mais diversos misturados com suores multiculturais..."). A viagem em transporte público é uma experiência pelo factor simples da diversidade de pessoas que o frequenta e como isso varia de dia para dia, de hora para hora...digo eu que frequento os comboios (argumento de autoridade que me faltava para poder consubstanciar a minha opinação sobre os transportes públicos). Ou seja não reconhecer a experiência na viagem em transporte público pode sim ser considerada uma abordagem de um burguês, visto não ter frequentado vezes suficientes para perceber que cada dia é um dia.

"Mas o mais importante no post é a falta de hábitos de higiene das pessoas..."

Sim no post isso é o mais importante, na questão dos transportes públicos não sei se o será...digo eu que até tomo banho diariamente (segundo argumento de autoridade).
Eu se me referisse a uma experiência de transportes públicos iria provavelmente referir-me a outros aspectos...quem anda, porque é que anda, será que anda por quer?
Mas isso são as minhas taras socialistas.

O quotidiano não é um todo universal, assim há quem o encare de formas diversas, ou seja a assunção do quotidiano como negação da experiência é errónea, visto que esta tem referencial. Por outro lado a refutação da experiência no quotidiano parte da concepção de experiência como novidade, algo que não está implícito nas minhas palavras (carregadas de ironia e de alguma verdade também).

 
At 10:57 da tarde, Blogger botadeelastico said...

A variância, no transporte público, não ganha expressão nos momentos em que o ar é irrespirável, a postura é imposta pelo turbilhão de pessoas que se acotovelam em conquista de preciosos milímetros para caber mais um jornal diário de distribuição gratuita!
Este é o transporte público que conheço, que frequento (sem o jornal), que convivo diariamente, sendo ao fim de meia dúzia de vezes, não uma nova experiência, mas uma repetição contínua, uma rotina!
A diversidade de pessoas toma o conceito de manada humana, o que os sociólogos chamam de "massas"!
Mas falta ainda abordar o conceito "Transporte Público". Excusando-me a uma definição, prefiro abordar a tipologia:
- Urbano - servindo para a locomoção das pessoas em determinada cidade - utilização geralmente diária;
- Sub-urbano - meio de transporte das migrações diárias de trabalhadores oriundos da periferia para a cidade - utilização geralmente diária;
- Regionais - deslocação de longas distância - utilização geralmente ocasional.
Os transportes urbanos e sub-urbanos servem essencialmente uma classe, a dos trabalhadores!
Viagens não ocasionais de longo curso, isto é com grande regularidade, são amíude utilizadas pela burguesia - viagens de negócios, lazer, ócio...

Quero ainda salientar que me agradou a insigne e simples abordagem à temática do quotidiano...

 
At 2:56 da manhã, Blogger João Dias said...

Sim, acho que ficou claro que da viagem aquilo que o autor reteve foram os odores...

"sendo ao fim de meia dúzia de vezes, não uma nova experiência, mas uma repetição contínua, uma rotina!"

Se a insigne sobre o quotidiano foi tão "aprazível" então esta argumentação já não faria muito sentido...

As massas são nada mais, nada menos que uma despersonazilização da individualidade, sugerida também como elemento pejorativo quando os comportamentos se reproduzem monotonamente e acefalamente de indivíduo para indivíduo. Essa abordagem é legitíma até como forma de crítica, no entanto falar de massas é por si um "acto de massas" e altamente redundante. Se não se quiser ver diversidade não se "vê", se não se quiser ver massas...também não se "vê". Sim...é relativo.

Também gostei da insigne sobre a categorização do transporte público, não deixando no entanto de reparar que ela é algo restrita e inclusive identifica a utilização do transporte com classes sociais...ia jurar que era por aí que eu tinha começado...

No entanto a categorização erra em parte, porque viagens de longo curso são largamente usadas por extractos sociais diversos...escapando eventualmente até o tal burguês que geralmente opta pelo individual.
O "burguês" que tenho visto (em viagens de longo curso) tem muitas rugas, anda com saquinhos plásticos e usa boina...uma nova espécie concerteza.

 
At 1:57 da manhã, Blogger uita said...

masturbação a bem da nação...

 
At 1:58 da manhã, Blogger uita said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 

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